sexta-feira, 15 de março de 2013

Vale sempre a pena recordar pesquisa no Mirante


Quando tive um problema no pé, no passado mês de Janeiro, pensei nunca mais voltar onde fui esta manhã, ou seja, é com redobrada alegria, que voltei ao Mirante, sopé do Monte de Roques, para ver, mais uma vez, com meus próprios olhos, o resultado de  algumas das minhas e mais importantes pesquisas, e com fotos desta manhã.
Foto 1; Descobri, há uns tempos atrás (ver datas em crónicas anteriores), pedra com gravuras, cuja mais importante, a meu ver, é a data de 1903 (indicada pelo dedo) ...a confirmar, assim, o que sempre defendi, a forte ligação dos pedreiros de outrora, com o Monte de Roques. 

Foto 2; apesar da pedra encima do penedo, propositadamente, ponto de referência, tenho sempre muitas dificuldades em encontrar as gravuras, a 15ms dali.
Foto 3; 150ms abaixo das gravuras, detetei, há uns tempos atrás (datas que podem ser vistas em crónicas anteriores), um coração e 3 lanças gravadas por baixo da padieira do torreão, da casa em ruínas.
Foto 4; parte da fachada da referida casa em ruínas e, no interior, parede de uma divisão dentro da casa. Note-se que não existem vestígios de que foi uma verdadeira casa (como tantas vezes foi/é dito) ...não será uma elegante entrada, a exemplo daquelas que pode ver-se nas quintas, ali por perto?!
Aqui fica parte da minha pesquisa, ao longo de vários anos, para o bem da verídica ancestralidade da minha terra.
O Mirante faz parte do berço da minha infância, de há mais de 6 décadas atrás, tempo em que pastoreava o gado.
Por tudo isto, e muito mais ...morro de saudades.





sexta-feira, 8 de março de 2013

Tenebrosa década de 90 Avé Maria



Durante umas férias de Verão, no final da década de 70, fui convidado, juntamente com meus pais, para a missa nova de Monsenhor José A. Ribeiro Gomes, vulgo «Zé carioca». 
Nesse dia foi concretizado o maior sonho de sua mãe (Lála da Florista), que era o de ter um filho padre ...o primeiro e único no Lugar de Arques.
Foi, desde que tenho memória, o maior evento naquela pacata aldeia, situada no sopé do Monte de Roques: tapete florido, a partir de sua casa, até ao fim do largo onde moravam meus pais (junto à taverna), lindamente engalanado, como documenta a foto.
Sabia-se que era frágil, no que respeitava a saúde,  mas, mesmo assim, a sua inteligência era tal, que foi chamado para junto do Papa, Vaticano.
Em 1993, e no espaço de 8 dias, faleceram os pais  e, 6 anos mais tarde (1999), foi a vez dele, tinha apenas 47 anos de idade. Note-se que, na década de 90, para além da morte de Monsenhor José A. Ribeiro Gomes, e dos pais, também findaram os meus pais.
Sabia que a ignorância da junta de freguesia (e amigalhaços) é de tal ordem, que chegou ao ponto de atribuir, por altura da definição toponímica, nomes de ruas a padres, «padrinhos», professores, etc, deixando de fora um dos mais brilhantes filhos da terra, Mons. José A. Ribeiro Gomes?! Nunca ninguém tinha ido tão longe. O que me levou a vestir a armadura, para feroz batalha, sem tréguas, que só terminou alguns anos mais tarde, quando foi feita justiça, como pode ver-se numa das fotos.
Foto 1; no dia da missa nova, filho ladeado pelos pais. 
Foto 2; Monsenhor no Vaticano.
Foto 3; Graças à minha persistência, a «Quelha dos Poços», passou a chamar-se «Rua José A. Ribeiro Gomes».
Tenebrosa década de 90, Avé Maria. 

sexta-feira, 1 de março de 2013

Arques bailarico d'outrora



















Arques bailarico d'outrora, com a juventude no meio de espessa poeira, pé descalço, braços no ar, dançava as tropilhas, até os sapatos (pele) romper. Era fora da taverna de António Cunha, vulgo «Ti Antone Béstia», a 10ms do Largo Souto das Catas, ao som da concertina de Manuel Manso dos Reis, vulgo «Ti Manel Sanica», com a malguinha verde tinto sempre à mão.Tempo em que o «Ti Antone Béstia» (irmão de minha avó materna, «Ti Maria da Quinta») precisava de acender, no Inverno, um papel ou outra coisa, para aquecer a bombinha do azeite que vendia, para que este ficasse liquido.

 Com a concertina, «Ti Manel Sanica» (primo de meu pai), punha a juventude em alvoroço ...de tal forma que o larguinho, frente à taverna, era pequeno para tanta gente ...transbordava para o Largo Souto das Catas. Note-se que vinha mocidade de toda a freguesia inclusive forasteiros ...recordo-me de que alguns até encontravam no bailarico a mulher da sua vida.
Foto 1;  «Ti Manel Sanica» (já antes publicada).
Foto 2; «Ti Antone Béstia».
Foto 3; A malguinha de vinho, sensivelmente a mesma de há 6 décadas atrás (esta era da minha mãe, «Tia Olímpia da Quinta»).
Foto 4; A taverna, no rés-do-chão da casa, agora moradia de uma neta ...era neste  «banco», à direita, talhado no penedo, que se sentava o tocador de concertina (e a mlaguinha de vinho ao lado), enquanto os jovens e não só, bailavam.
Curioso é o fato de eu não dançar, talvez por vergonha e, sobretudo, desajeitado, para, espante-se, 10 anos mais tarde, esfarrapar-me todo nas ruas de Paris, França, a dançar o twist ...não tenho explicação ...é que ainda hoje sou maluco pela dança.
Nasci n
sopé do Monte de Roques, Lugar de Arques, Vila de Punhe.