Se calhar o leitor já tinha reparado que tenho pouco jeito para passar o tempo a queixar-me de tudo e de mais alguma coisa, ou tentar passar por vitima, mesmo quando não tenho razão. Claro que não, prefiro embarcar no humorístico; defender causas (advogado falhado ...como já era em Paris, França); compartilhar algumas partidas que a vida nos vai pregando, como é o caso de «De funeral a troféu e à dor do cotovelo».
Fui o vencedor do troféu de melhor colaborador de um jornal regional, ano 1998/1999, e cuja «soirée» de entrega foi a 16 de Outubro de 1999, na Quinta do Carvalho, em Sª Marta ...e que provocou ruidosa inveja noutros colaboradores do referido jornal, em particular nos «inteletuais» (como acontece na minha própria terra, Vila de Punhe). Note-se que era o voto do leitor quem elegia o colaborador preferido.
Depois de ter recusado, durante bastante tempo, ir receber o troféu, à referida «soirée», a minha parente, Alexandrina (que na altura trabalhava na redação do jornal), convenceu-me de que não me ficaria bem ...e fui.
Parece que adivinhava ...minha intuição, mais uma vez, estava certa: Mal acabei de receber o troféu, levantei-me, para ir à casa de bando, quando um dos «inteletuais», que me tinha seguido, levanta a voz, para me gritar, que o prémio foi injusto ...ele (nunca ganhou nada) é que era um justo vencedor (confesso que não gostava do que ele escrevia).
Apesar de ter sido malcriado comigo, dosei a minha resposta, que foi: A casa de banha não é consultório para agudas dores do cotovelo. (Ficou, sozinho, a «rilhar» nos dentes).
Nessa terrível tarde de16 de Outubro 1999 (anote bem as datas, nas fotos), estava destroçado, como pode ver-se na fotografia, no momento em que o presidente empresarial (na altura) do Distrito de Viana do Castelo (e do Norte?), me entregava o troféu. É que fui, diretamente do cemitério de Vila de Punhe (por volta das 18 horas), para a Quinta do Carvalho, em Sª Marta ...acabava de assistir ao funeral de minha mãe.
Quis minha mãe prendar-me, pelos 5 últimos anos da sua vida, em que cuidei dela?! ...Acredito!!!
A sã cumplicidade com minha querida mãe, foi até ao último suspiro.
Cá está mais uma das inúmeras e verídicas histórias da minha vida ...ninguém conhecia esta comovente situação.
Esta é a realidade da vida, nua e crua.
Por motivos pessoais (sensivelmente os mesmos que tenho com o Neves Futebol Clube), hoje, e pela 1ª vez, não fui fotografar o Grande Prémio de Atletismo do Grupo Juvenil de Vila de Punhe. Sem esse «compromisso», até me levantei mais tarde.
Isso era o que eu pensava ...mal abri a janela, vejo passar, a cerca de 300ms da minha casa, estrada Viana/Braga, vários atletas, ambulância, etc, peguei na máquina e disparei vezes sem conta.
Como tinha previsto, equipei-me para subir ao Monte de Roques (Santinho) e, ao chegar à entrada da Rua do Pereira, deparo com a Rua Sª Eulália, que leva ao adro da igreja, a abarrotar de atletas ...peguei na «arma» e voltei a disparar ....«matei» muitos ...quantos não sei.
Como explorei a zona do Cotorinho, na bouça da Casa/Quinta do Monte, ouvia, através do auto-falante, música e a voz de Nereides Martins (Rádio Alto Minho), que anunciava partida/chegada dos atletas.
Na realidade, parecia um estanca-rios à voltada de minha casa.
Relatei este Grande Prémio à distância ...e mais uma surpresa ...de que tanto gosto.
A empatia com os atletas, existe.
Foto 1; na estrada Viana/Braga.
Foto 2; cabeça da corrida, Rua Sª Eulália.
Foto 3; Sérgio Lima (GJ), com o pé no acelerador.
Foto 4; eu ...nas costas, eheheheheheheh!!!
O fascínio pela natureza é um imensurável dourado baú de surpresas, como é o caso, desde há cerca de 15 anos, no meu quintal, tanto com árvores frutíferas, legumes, pássaros, etc, e o melro é, sem dúvida, o mais surpreendente.
Apesar de, desde a minha infância, estar muito ligado ao melro, em particular à encantadora e única forma de assobiar ...é ouvi-los, na Primavera, ao romper do dia, cantar ao desafio ...a maior e mais bela orquestra do mundo, o certo é que nunca me deixaram de surpreender, bem pelo contrário: já disse, em crónicas anteriores, que não sabia que criavam mais que 2 vezes por ano; ora, houve um ano que foram 4, no meu quintal e no mesmo ninho ...vá lá saber porquê, tanto mais que, este ano, já são 3 ninhadas, e outros tantos ninhos (3) ...esperemos que fique por aqui! Fantástico.
O macho, bico amarelo, tem alguns dos meus defeitos; é que, na construção do 2º, o desperdício dava para construir 3 ninhos.
Mas as surpresas, deste ano, não ficam por aqui: depois de lhe ter dado uma fatia de bolo na Páscoa, a fêmea ficou ainda mais minha amiga (será que alguém lhe disse que ainda estou solteiro ...!?), ao ponte de, em vez de fazer o 3º ninho, no meio do quintal, como é rotina, veio fazê-lo a metro e meio da minha casa, a 3 da janela do meu quarto.
Ciúmes?! ...estou a desconfiar que é para ver o que se passa, durante a noite, no meu quarto, eheheheh!!!
Lindo, lindo, lindo!!!
Foto 1; tirada do meu quarto e, à esquerda, a laranjeira com o ninho, muito perto da minha casa.
Foto 2; (2ª ninhada) o 1º, de 4 ovos.
Foto 3; (2ª ninhada) avisaram o paparazzi de que se vão embora amanhã (estão grandes), ihihihihih!!!
Foto 4; (2ª ninhada) que desperdício na construção do ninho, dava para 3 ...fraco arquiteto, ohohohohoh!!!
Não queria voltar a falar de fanatismo mas, como diria minha mãe, católica de gema, tudo o que é demais, é erro!
Desde há uns tempos a esta parte, apareceu estranha moda, de familiares de finados (felizmente poucos...muito poucos) que, durante a missa, e naquela hora tão triste, vão à parte reservada ao sacerdote, proferir algumas elogiosas palavras sobre a vida do defunto, «comia a sopinha toda à noite, lavava os pés antes de se deitar, lavava a cara de manhã» enfim, gente bem comportada. Espante-se, no fim, nalguns casos, até batem palmas ...se não é fingir, o que será!? Fico por aqui, para não ter que dizer que parecia quererem passar à frente dos outros, para chegar o céu. O que pensam os finados desta hipocrisia?! Só visto.
Normalmente, quando isso acontece, saio da igreja, não suporto vaidades de famílias (que bem conheço) que sempre tiveram a mania de se imaginar mais do que os outros, com agravante de não ter evoluído com o passar do tempo.
Claro que as críticas chovem de todo lado (sou um deles), ao ponto de, num dos mais recentes funerais, até o próprio sacerdote, com rara subtileza, deu a entender que as homenagens eram feitas em vida. Eu, que raramente gabo os padres, reconheço que foi oportuno «raspanete» ...pudera, é que desta vez não fizeram um «discurso» ...foram dois. Que coisa «fedorenta» ...caso para dizer, olha quem fala!
Sou católico, pouco praticante, de consciência tranquila ...quantas vezes alertei para o mal que fanáticos fazem à igreja.
Não me canso de dizer: - Não comungo desta doutrina.