Anho salvo por D. Afonso Henriques de Roques
Anho salvo por «D. Afonso Henriques, de Roques», é o título que melhor corresponde ao que se passou, no Monte de roques (Santinho), há cerca de 4 anos atrás. Já descrevi e divulguei o drama, mas não resisti à tentação de voltar a fazê-lo.
Então é assim: Ao passar no sobreiral, por altura de uma das minhas caminhadas, reparei que o muro das traseiras da Quinta da Portela S. Cristovão (que recentemente divulguei, em várias crónicas), tinha sido derrubado pelo temporal e que, no interior, cães ladravam, mas não os via, e muito menos imaginava o que se estava a passar.
Continuei monte acima e, no fim da calçada do sobreiral, comecei a ver marcas de patas de ovelha no chão ...confuso mas, mais confuso fiquei quando encontrei as primeiras ovelhas (4) na zona do (geodésico) Marco Branco, e foi assim até atingir cerca de 200ms antes da pegada. Para se fazer uma ideia, do muro da referida Quinta até aqui, são cerca de 3km, boa parte em acentuado declive.
Depois de passar por várias ovelhas inclusive espalhadas pelo matagal, deparaei com 4 grandes cães, atacar duas ovelhas mas, era o cordeirinho que lhes interessava. Reconheço que tenho enorme dificuldade a descrever o que realmente se passou a seguir: foi sensivelmente a partir do cimo, lado direi, a montante, de uma rampa em terra (ver foto). Furioso, sem pensar duas vezes, desatei cegamente à paulada, perante a feroz ameaça dos predadores ...caí 2/3 vezes na rampa, joelho direito a sangrar, mas ai daquele que se atravessasse à minha frente.
Ao fim de 15/20 minutos, consegui expulsá-los, e só depois foi ao encontro do dono que, perto do referido muro caído, ao saber que tinha salva o anho (nem acreditava), desfez-se em lágrimas. Largou o trator, correu monte acima, para abraçar o bebé.
Encontrou, durante 15 dias, quase todas as ovelhas ...mesmo assim desventraram-lhe (mataram) 6/8.
Foi, certamente, uma das mais extraordinárias histórias da minha vida, tanto mais que os cães poderiam-me ter atacado.
Foto 2 (tirada esta manhã); as duas ovelhas, mais o cordeirinho que a mãe corajosamente defendia, encontravam-se junto ao eucalíto mais grosso, no lado direito.
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